sexta-feira, junho 15, 2007

Bauhaus - Ziggy Stardust

Insuperável. Talvez melhor que o original.

segunda-feira, junho 11, 2007

DIÁRIO DA GUINÉ

Guerra do Ultramar - África Portuguesa 1961/1974

Heliop

evacuação

Guerra Colonial

A representação do colonialismo português nas actualidades do Estado Novo será o tema do meu doutoramento. O You Tube é realmente um mundo.

Resnais - Noche y niebla 7

Lembrar sempre.

Resnais - Noche y niebla 6

Lembrar.

Resnais - Noche y niebla 5

Lembrar.

Resnais - Noche y niebla 4

Importa lembrar.

domingo, junho 10, 2007

Resnais - Noche y niebla 3

Importa lembrar.

Resnais - Noche y niebla 2

Importa lembrar.

Resnais - Noche y niebla 1

As palavras de nada valem. Importa lembrar.

Sombras e Nevoeiro

Voltei ao ANIM para visionar actualidades cinematográficas. Desta vez estou a ver as Imagens de Portugal, a colecção que se seguiu à do Jornal Português, com base na qual fiz a tese de mestrado e publiquei Salazar Vai Ao Cinema. Enquanto preparo a candidatura à bolsa de doutoramento - e uma vez por semana mergulho no arquivo e busco os metros de filme que fazem a diferença - leio "Nuit Et Brouillard" que Silvie Lyndeperg publicou recentemente em França a propósito do filme de Alain Resnais. É extraordinário como entre nós ainda não se trabalham os filmes como fontes históricas. Os nossos arquivos cinematográficos e televisivos estão todos por olhar, por descobrir.

Life On Mars

Seu Jorge foi revelado por Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, e depois recoberto, pelo seu enorme talento musical, em The Aquatic Life of Steve Zissou. Versão genial de Bowie...

David Bowie - Life On Mars?

Um clássico, de David Bowie. Por cá a Revolução dos Cravos ainda não tinha liberalizado visivelmente os costumes.

sábado, junho 09, 2007

This Mess We're In

Uma outra proposta de abordagem de Prison Break, com banda sonora de PJ Harvey e Thom York, o vocalista dos Radiohead.

Tonight, Tonight - The Smashing Pumpkins

Uma noite na lua... Para uma mudança radical de estilo.

sexta-feira, junho 08, 2007

Mehta conducts Mahler: Symphony 5: mvt. 4 (Adagietto)

Zubin Mehta conduz a Israel Philarmonic Orchestra no Adagietto de Mahler. Indissociável de Morte em Veneza...

Keith Jarrett plays Mozart (K. 488: 2. Adagio)

Keith Jarrett.

Horowitz plays Mozart Piano Concerto No. 23, II. Adagio

A beleza soa assim.

Maurizio Pollini plays Chopin Nocturne no. 8 op. 27 no. 2

Foi António Vitorino de Almeida quem, na Antena 2, me deu a conhecer a sensilidade de M. Pollini interpretando Chopin. Durante os anos de vida na quinta muitos amanheceres foram mais luminosos devido ao génio de um e outro.

Goldberg Variations 1-7

Uma das mais belas interpretações das Variações de Goldberg: a de Glenn Gold.

sábado, junho 02, 2007

sexta-feira, junho 01, 2007

O Meu Amor

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca
Quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada, ai
Lúcia: O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos
Viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo
Ri do meu umbigo
E me crava os dentes, ai
As duas: Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz
Lúcia: O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me deixar maluca
Quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba malfeita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita, ai
Teresinha: O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios
De me beijar os seios
Me beijar o ventre
E me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo
Como se o meu corpo fosse a sua casa, ai
A duas: Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz

Ópera do Malandro, Chico Buarque (Marieta e Elba no seu melhor)

Estrela da tarde



Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram
Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!

Carlos do Carmo deu voz ao poema de Ary dos Santos. Sublime! A pintura, com o mesmo título, é de Franz Von Stuck.

Lady Chatterley


Lady Chatterley vive retirada numa casa no campo com o marido, o qual ficou paraplégico e impotente após a I Guerra Mundial. O homem encerrou-se num silêncio amargurado, que só interrompe nos encontros com os camaradas, mantendo um registo seco com a mulher, atenta e disponível. Uma tristeza profunda que toma conta dela pode, no entender do médico, ter consequências funestas. Inicia então uma série de passeios pelo campo que lhe retemperam o ânimo mas é a relação com o guarda-caça, de quem se torna amante, que alarga os seus horizontes e é geradora da ruptura com as convenções sociais.

A realizadora francesa Pascale Ferran foi a grande triunfadora da edição deste ano dos Césares (melhor filme e melhor intérprete feminina, entre outras distinções), com a adaptação cinematográfica da segunda e menos conhecida das três versões do conto erótico de D.H. Lawrence, “O Amante de Lady Chatterley”. Os seus trunfos foram um desempenho notável de Marina Hands – que, com subtileza, dá alma à transformação que se opera em Lady Chatterley preservando sempre a ternura e uma certa inocência -, o talento de Jean-Louis Coullo’ch e, sobretudo, na primeira hora do filme, sensibilidade para enquadrar o retrato intímo da mulher.

É enquanto abordagem da descoberta da sensualidade e do erotismo por Lady Chatterley que a obra se impõe. Ferran fixa detalhes que vão adensando a personagem principal e criam um crescendo na fixação do despertar dos seus sentidos. O movimento inicial é o da relação sensorial dela com a natureza, no campos circunzinhos à casa. A visão do tronco nu do guarda-caça impõe-se como a revelação do desejo, abafado primeiro, e solto, sem culpa e com alegria, quando Parkin reclama a sua satisfação. Uma outra visão, a de uma mulher a amamentar, impõe outra revelação: a do desejo de maternidade. Entre revelações, a descoberta do prazer pela mulher é bem sustentada por Hands e bem enquadrada por Ferran, no registo de D.W. Lawrence da integração da natureza como libertadora. A obra fragiliza-se, no entanto, após este movimento inicial. Há as personagens secundárias que não ganham densidade e são meras facilitadoras e as sequências que não acrescentam nada à tensão dramática além de um fundo social – o da luta dos mineiros por melhores condições de trabalho – incipiente. Imersiva quase sempre, a obra perde, porém, grande parte do fôlego arrastando o desfecho.