tag:blogger.com,1999:blog-312902752024-03-07T08:46:20.005+00:00lua vagaa mulher e a sua circunstânciaUnknownnoreply@blogger.comBlogger90125tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-7028041173891939112009-01-17T22:08:00.002+00:002009-01-17T22:18:01.044+00:00Saudades por uma mulher que não conheci<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZxw24BksMj3aO2te7K9xJXbtYVCbyJdQImt1IqNP4BK2B5021ddHCdqOS5HpM7xlCimtumIPcp170PZF5RgbaE3-BAeu3TOpAuG538geHHrNEulEnig7oinB7o6hfFBglgJF8/s1600-h/tereza.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 200px; height: 246px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZxw24BksMj3aO2te7K9xJXbtYVCbyJdQImt1IqNP4BK2B5021ddHCdqOS5HpM7xlCimtumIPcp170PZF5RgbaE3-BAeu3TOpAuG538geHHrNEulEnig7oinB7o6hfFBglgJF8/s400/tereza.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5292390445105255298" border="0" /></a><br />Morreu a Tereza Coelho. Cruzámo-nos nas redacções do "Público" e do "Independente" mas nunca a conheci bem. A notícia da sua morte foi, no entanto, um grande choque. Porque não tendo proximidade, admiro o que construiu na sua vida. A Tereza, além de bela, era discreta, inteligente e feminina. Era uma Mulher que se cumpriu plenamente. Que estúpido a morte levá-la assim... Tenho saudades dela e nunca a conheci verdadeiramente. Gostava da sua paixão pela Duras, dos textos que assinou anos a fio no "Público" e que revelavam a sua sensibilidade, o amor e o seu entendimento da diferença. Entre outras coisas, escreveu sobre mulheres e homens que ousavam amar de modo diferente. E amou dois grandes homens: o Eduardo Prado Coelho e o Rui Cardoso Martins. Que pena ter partido tão cedo, Tereza...<br />Mesmo não a conhecendo, tenho a certeza que viveu plenamente esses 49 anos que teve.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-50209336637044926942008-05-20T23:08:00.001+01:002008-05-20T23:08:31.096+01:00Bilder der Welt und Inschrift des Krieges - Farocki (1989)<div xmlns='http://www.w3.org/1999/xhtml'><p><object height='350' width='425'><param value='http://youtube.com/v/Z9SxllhHWOs' name='movie'/><embed height='350' width='425' type='application/x-shockwave-flash' src='http://youtube.com/v/Z9SxllhHWOs'/></object></p></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-61190401212743377242008-03-24T21:57:00.003+00:002008-03-24T22:09:51.472+00:00Caramel: o Líbano no feminino<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrrw6bwsOHf8_0N1o2zUGDcR37vXel3pMEGmQM33YrZSDLjmSso6i53LLf83GGkLLq_uHxEoIyVaAaVCkibf1fOTT4TzbqjMaksNnj5tqK1CO8rKVP3D5BB0DS3-E13cxuSUDW/s1600-h/18765071.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrrw6bwsOHf8_0N1o2zUGDcR37vXel3pMEGmQM33YrZSDLjmSso6i53LLf83GGkLLq_uHxEoIyVaAaVCkibf1fOTT4TzbqjMaksNnj5tqK1CO8rKVP3D5BB0DS3-E13cxuSUDW/s400/18765071.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5181433542428524962" border="0" /></a><br />Pedro Almodóvar tem composto os retratos de mulheres - e das relações entre elas - mais tocantes e profundos do cinema contemporâneo. "Caramel", escrito, realizado e protagonizado Nadine Labaki, é uma obra que dialoga com a obra de Almodóvar. Nalguns dos seus mecanismos é quase telenovelesco, por vezes. Mas tem a qualidade de mostrar as mulheres nas suas várias circunstâncias. A mulher com vestígios de beleza e que rejeita uma felicidade em que não haja espaço para uma mãe frágil mental e fisicamente. A jovem mulher que ama outras mulheres. A que se entrega à volúpia nas suas mãos. A mulher que descobre o engano de um homem e que ainda assim quer acreditar nele e no amor dele. A mulher abandonada pelo marido e que, como algumas das mulheres do cineasta espanhol, lança mão das artimanhas femininas para fazer-se mais nova e continuar a sentir-se Mulher.<br />"Caramel" é ligeiro no tom e profundo no retrato que faz das suas mulheres doces.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijL3tYRV33SkCdrEMP935HQEHpodBXt9mxg9gRROwm4WpMnBAd0gYk3uD2gFmqhC0XValragZrjjPntz8i4sGrpCHJVtDEqGZfDT_Atvw_6AxV1OMqZil_fwW-7tgStQn50CCQ/s1600-h/18765070.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijL3tYRV33SkCdrEMP935HQEHpodBXt9mxg9gRROwm4WpMnBAd0gYk3uD2gFmqhC0XValragZrjjPntz8i4sGrpCHJVtDEqGZfDT_Atvw_6AxV1OMqZil_fwW-7tgStQn50CCQ/s400/18765070.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5181433654097674674" border="0" /></a>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-23273634276034153552008-03-16T20:38:00.001+00:002008-03-16T20:38:10.099+00:00Jean Rouch, Les tambours d'avant Tourou et Bitti<div xmlns='http://www.w3.org/1999/xhtml'><p><object height='350' width='425'><param value='http://youtube.com/v/PBFWsyGbsRE' name='movie'/><embed height='350' width='425' type='application/x-shockwave-flash' src='http://youtube.com/v/PBFWsyGbsRE'/></object></p><p>Iniciada a minha pesquisa sobre o memorial fílmico do colonialismo nas revistas cinematográficas do Estado Novo, retomo a obra de Jean Rouch (perdida desde outros tempos, outro contexto). Comovo-me com a beleza e a vibração desta cerimónia que comemora colheitas futuras. Fica o meu desejo de conseguir a simplicidade da abordagem de Rouch - passe a diferença das abordagens. </p></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-66162500813680589052008-02-13T16:06:00.001+00:002008-02-13T16:06:06.259+00:00Persepolis Trailer (HD)<div xmlns='http://www.w3.org/1999/xhtml'><p><object height='350' width='425'><param value='http://youtube.com/v/Rl6kH3xPwDU' name='movie'/><embed height='350' width='425' type='application/x-shockwave-flash' src='http://youtube.com/v/Rl6kH3xPwDU'/></object></p></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-16004332807679929682008-02-12T23:32:00.001+00:002008-02-12T23:32:53.299+00:00Marjane Satrapi - Sobre o humanismo de "Persépolis"<div xmlns='http://www.w3.org/1999/xhtml'><p><object height='350' width='425'><param value='http://youtube.com/v/aMwfzqEqVLk' name='movie'/><embed height='350' width='425' type='application/x-shockwave-flash' src='http://youtube.com/v/aMwfzqEqVLk'/></object></p><p>É um dos grandes filmes do ano. Foi nomeado para o Óscar de Melhor Filme de Animação, o que é redutor. Não porque a animação seja um género menor mas porque este filme, que é por acaso um filme de animação, transcende a categoria do tipo de produção subjacente à sua criação. Trata-se da história da própria realizadora, Marjane Satrapi, que nos faz emocionar com ela e também se sabe rir de si própria e dos seus enganos. "Persépolis" transcende no entanto também a sua condição de obra autobiográfica para ousar aproximar-nos da realidade dos iranianos. Aumenta a realidade, aproxima-nos da cultura de um país, antigo, e revela como as vítimas são iguais em todo o mundo.</p></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-39588511411982795172008-01-21T23:29:00.001+00:002008-01-21T23:34:11.630+00:00Quatro meses, três semanas e dois dias<div xmlns="http://www.w3.org/1999/xhtml"><p><object height="350" width="425"><param value="http://youtube.com/v/dbAYPt1mpgI" name="movie"><embed type="application/x-shockwave-flash" src="http://youtube.com/v/dbAYPt1mpgI" height="350" width="425"></embed></object></p><p>Estreou esta semana em Portugal um dos filmes mais interessantes dos últimos anos sobre a mulher e a sua circunstância. Trata-se de um filme sobre uma jovem que quer abortar na Roménia dos últimos anos do comunismo. Trata-se sobretudo de um filme sobre a comunhão de uma amiga, que partilha com aquela que quer abortar uma circunstãncia - um destino - comum. É a circunstância de muitas mulheres em todos os sítios do mundo.<br /></p><p>Mas este não é um filme sobre o aborto. É antes uma obra sobre a fragilidade - uma fragilidade que perdura - da situação das mulheres no mundo. Uma fragilidade que é tanto maior quanto menor é a liberdade possível na sua circunstância. Nos países em guerra, nos países em que politicamente as mulheres não existem ou continuam a ser cidadãs de segunda, os problemas inerentes à sua condição de ser mulher agravam-se.<br />Belíssimo filme este de Christian Mungiu. Belíssimas interpretações - a de Anamaria Marinca sobretudo. E que extraordinária história de cumplicidade...<br />Porque o mais perturbador e interessante neste filme é fixar o drama acompanhando sobretudo os movimentos da amiga, Otilia. Dá outra dimensão à consciência sobre a situação da mulher. Não é uma visão de dentro embora seja implicada. É a visão e a sensibilidade de quem não se exime à situação porque poderia ser ela, poderia ser consigo. Esta compaixão - cada vez mais ausente das relações entre os homens e as mulheres - dá maior intensidade, universaliza de outro modo o drama. Não é aquela mulher mas todas as mulheres do mundo, diz-nos.</p></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-36571073286793455862008-01-08T20:13:00.001+00:002008-01-08T20:15:06.787+00:00Mulher Cão - Paula Rego<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcp9IJaYeN5DXu4y282c4QT-64E9VkUaLTElTcU6U9tn44GdX09dvsP-RslXR24zvfRFde4sGxEj-OK1u3rXdUafHXE46CDJrdAFZPrnqekgxVfLXAfjr-pS44lrxDByuYVD_7/s1600-h/prego3.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcp9IJaYeN5DXu4y282c4QT-64E9VkUaLTElTcU6U9tn44GdX09dvsP-RslXR24zvfRFde4sGxEj-OK1u3rXdUafHXE46CDJrdAFZPrnqekgxVfLXAfjr-pS44lrxDByuYVD_7/s400/prego3.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5153201799330220482" border="0" /></a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-66163726414530822742008-01-08T19:54:00.000+00:002008-01-08T20:12:11.446+00:00A Voz Secreta das Mulheres Afegãs - O suicídio e o canto<span style="font-family:times new roman;">"Ontem à noite estive com o meu amante:</span><span style="font-family:times new roman;"><br />uma noite de amor que não se repetirá<br />Como um guizo, com todas as minhas jóias,<br />tini em seus braços até ao fundo da noite"</span> <span style="font-family:times new roman;"><br /><br /></span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFRuGz1r032WTqytCiP1xqde5EPNrSwDDQb7PRYxeBMN7mDWn3S4UNeWmmiuYlGKKk4A69F_1rHpivDedrtDe21g0OhVKqjfltKyAlJAYI-vOOvBMmdW7mlEPpuEs2cO1xTCU8/s1600-h/foto01.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFRuGz1r032WTqytCiP1xqde5EPNrSwDDQb7PRYxeBMN7mDWn3S4UNeWmmiuYlGKKk4A69F_1rHpivDedrtDe21g0OhVKqjfltKyAlJAYI-vOOvBMmdW7mlEPpuEs2cO1xTCU8/s400/foto01.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5153199394148534690" border="0" /></a><br /><span style="font-family:times new roman;"><br />"Dá-me a tua mão, amor, vamos para os campos<br />Para nos amarmos ou cairmos juntos apunhalados."<br /></span><br /><br /><span style="font-family:times new roman;"><br />Até agora desconhecidos do mundo, os “landays” das mulheres afegãs<span style="color: black; background-color: rgb(153, 255, 153);"></span> (aparentemente gritos sem sentido), escondem afinal uma linguagem secreta feminina que serve para expressar discursos de ódio, amor, erotismo ou escárnio.<br />São vozes secretas proferidas à revelia e dirigidas aos homens e à cultura masculina dominante.<br /><span style="color: white; background-color: rgb(136, 0, 0);"></span> O landay é um pequeníssimo poema, normalmente de dois versos livres de nove e treze sílabas, sem rimas obrigatórias.</span><span style="font-weight: bold;"></span><br /><span style="font-weight: bold;font-family:times new roman;" ><br /></span><span style="font-weight: bold;"> </span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-88330151922002296342008-01-08T18:16:00.000+00:002008-01-08T18:27:49.676+00:00Gift<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7j3eKK0PDzRE_Yjk6bJIEFTF8UCKPhMQDgVTu5-u_bOZ_F12RUJO7YugxuUKrPszGOaOayiYCJW82yl0q_1HIkWN3VZwRJHyE6qAQ0TkV0ndyl6vtEtF__lIYVShFLd7AdU4J/s1600-h/IMG_3401_1.JPG"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7j3eKK0PDzRE_Yjk6bJIEFTF8UCKPhMQDgVTu5-u_bOZ_F12RUJO7YugxuUKrPszGOaOayiYCJW82yl0q_1HIkWN3VZwRJHyE6qAQ0TkV0ndyl6vtEtF__lIYVShFLd7AdU4J/s200/IMG_3401_1.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5153174028071684450" border="0" /></a><br /><br />I speak out of the deep of night<br />out of the deep of darkness<br />and out of the deep of night I speak.<br />if you come to my house, friend<br />bring me a lamp and a window I can look through<br />at the crowd in the happy alley.<br />Forugh Farrokhzad<br /><br /><br />Translated by Ahmad Karimi Hakkkak<br />The Persian Book Review VOLUME III, NO 12 Page 1337Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-72131750461129740592008-01-08T18:13:00.001+00:002008-01-08T18:13:20.318+00:00The Sin by Forugh Farrokhzad<div xmlns='http://www.w3.org/1999/xhtml'><p><object height='350' width='425'><param value='http://youtube.com/v/Q8yfFJPofHo' name='movie'/><embed height='350' width='425' type='application/x-shockwave-flash' src='http://youtube.com/v/Q8yfFJPofHo'/></object></p><p>Na poesia desta poeta iraniana encontro sempre a vida a pulsar. Encontro sempre a tradução para estados de alma e para esta condição, de ser mulher.</p></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-5562728503742978992007-11-11T18:33:00.001+00:002007-11-11T18:34:14.370+00:00O Porto da Minha Infância<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFC3FaLeQbd4PkqqWd-t8xq1mYBrO6-R7a6pIbAEJ4v_JofA7M_6ik36lre_diPmdVwFX1pXxpzvN6lGbMFBimXmCkjeGXQhOl25nEmHeQEBMhGzSeWKpYsCom1G4jEntKvbI-/s1600-h/portodaminhainfancia.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFC3FaLeQbd4PkqqWd-t8xq1mYBrO6-R7a6pIbAEJ4v_JofA7M_6ik36lre_diPmdVwFX1pXxpzvN6lGbMFBimXmCkjeGXQhOl25nEmHeQEBMhGzSeWKpYsCom1G4jEntKvbI-/s400/portodaminhainfancia.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5131652898900557538" border="0" /></a><br />Evocar a cidade em que cresceu foi para Manoel de Oliveira o pretexto para encher o grande ecrã das sombras e fantasmas do mundo desaparecido em que se fez homem e cineasta.<br />«O Porto da Minha Infância» é provavelmente a resposta à produtividade do realizador. Caso singular no cinema português, quando após o 25 de Abril lhe viabilizaram as obras, pensou-se que era o final de uma carreira brilhante mas sufocada pelo Estado Novo o que estava em questão. Engano. O seu era um percurso cinematográfico a começar. Nas últimas décadas tem feito desfilar no ecrã as personagens que lhe agitam a imaginação - fantasmas de um mundo (em que o real e o literário se contaminam) em que cresceu - na proporção do seu desaparecimento. Daí que a sua criação tenha acelerado. Porque o que Oliveira faz é um cinema de resistência. De resistência ao fim de um mundo com tempo e com espaço para a sedução e o prazer, os sentidos e o olhar.<br />Este documentário é poético e sinfónico - como o primeiro, «Douro, a Faina Fluvial - o que acentua o movimento de regresso ao princípio de si. Abre com duas sequências espantosas. A primeira é a de um maestro dirigindo um vazio negro, que lhe devolve a sinfonia de uma cidade. A segunda é assombrada pela fotografia – desfocada e ora diurna ora nocturna - das ruínas da casa em que o cineasta nasceu, em 1908. É sob este fundo que Oliveira começa a narrar a história de amor com a cidade que Maria Isabel, a mulher do cineasta, embala numa canção evocadora da infância.<br />O paralelismo, estruturante do filme, entre a(s) vida(s) da cidade e a(s) de Oliveira – é, também, emprestado da sua primeira obra (o paralelismo era então entre os fenómenos naturais e os elementos da vida social), a que rouba imagens. A «Aniki Bobó» - que fez 60 anos em 2001 – vai buscar a evocação, inevitável, do amor inocente e o exorcismo da culpa pelo roubo que visa a sedução. Oliveira é o ladrão que seduz Miss Diabo como foi Carlitos que rouba a boneca para agradar a Teresinha. Oliveira fez-se actor e cineasta para roubar o prazer da contaminação da realidade pelo faz-de-conta e no-lo dar de presente em imagens. Para trás ficou a angústia da culpa, agora que nos devolve memórias do prazer que tem roubado à vida ao longo de quase cem anos. Mas Oliveira é também um ladrão do tempo e por isso um Desterrado, condição do sobrevivente a um tempo que passou. Inscrita no filme com sensualidade, a nostalgia do Desterrado não se confundirá nunca, porém, com a resistência à mudança do Velho do Restelo.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-72391936223533260372007-11-11T18:19:00.000+00:002007-11-11T18:34:40.949+00:00Manoel de Oliveira: 99 anos<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirPZv-a2dvNyk_Z5rM3rTmOPqVJ5FYtDN-lNbXlzSdPyhkFKpUgC1gFKtNVtMQib8KPIjaQ_N3RxqW_Npvbd1EgZlDjl2m_KKupLx0vo8Zz10ajCObKZktGSb9wSDZP1rvkSew/s1600-h/douro.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirPZv-a2dvNyk_Z5rM3rTmOPqVJ5FYtDN-lNbXlzSdPyhkFKpUgC1gFKtNVtMQib8KPIjaQ_N3RxqW_Npvbd1EgZlDjl2m_KKupLx0vo8Zz10ajCObKZktGSb9wSDZP1rvkSew/s400/douro.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5131652469403827922" border="0" /></a><br />Manoel de Oliveira fará 99 anos brevemente. É o cineasta há mais tempo activo em todo o mundo. E mantém uma lucidez e um sentido de humor prodigiosos. Recentemente foi distinguido com mais um prémio, europeu, pelo seu último filme, "Cristovão Colombo-O Enigma". O texto que publico é relativo, porém, ao seu filme de memórias: "O Porto da Minha Infância".Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-41675255029359753622007-11-11T18:04:00.001+00:002007-11-11T18:04:25.343+00:00Jeito Estúpido de Amar<div xmlns='http://www.w3.org/1999/xhtml'><p><object height='350' width='425'><param value='http://youtube.com/v/pREDswBOdeA' name='movie'/><embed height='350' width='425' type='application/x-shockwave-flash' src='http://youtube.com/v/pREDswBOdeA'/></object></p><p>O amor segundo Maria Bethânia e que tantas vezes não consigo dizer.</p></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-67179675451814636112007-11-11T17:55:00.001+00:002007-11-11T17:57:09.688+00:00Dance Me to The End of Love<div xmlns="http://www.w3.org/1999/xhtml"><p><object height="350" width="425"><param value="http://youtube.com/v/7pA5UhNaYw0" name="movie"><embed type="application/x-shockwave-flash" src="http://youtube.com/v/7pA5UhNaYw0" height="350" width="425"></embed></object></p><p>Uma noite em Toledo perdemo-nos pelas ruas e entrámos num velho edifício com ar de sociedade recreativa. O rés-do-chão, mal alumiado, evocava outro tempo. Descemos as escadas e na cave, em redor do "tablado" alinhavam-se as cadeiras onde os dançarinos descansavam. Arrastáste-me para a pista onde, trôpega, rodopiei nos teus braços e ao ritmo dos teus pés ligeiros. Soavam tangos e valsas e eu entreguei-me ao movimento do teu corpo, a cabeça a rodopiar... Desde então fui aprendendo a dançar a dois. Dando os passos para adiar o fim do amor.</p></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-35848553480505057872007-11-11T17:45:00.001+00:002007-11-11T17:45:00.334+00:00Avec le temps<div xmlns='http://www.w3.org/1999/xhtml'><p><object height='350' width='425'><param value='http://youtube.com/v/aiXcUTTLud4' name='movie'/><embed height='350' width='425' type='application/x-shockwave-flash' src='http://youtube.com/v/aiXcUTTLud4'/></object></p><p>Com o tempo tudo muda. A nossa perspectiva vai mudando relativamente a tantas coisas... Mas também com o tempo tem aumentando o meu amor à liberdade, pela minha família, pelos amigos e também pelo homem que me adivinha nos meus movimentos, nas inquietudes e nas explosões de paixão...</p></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-9845824245595329132007-11-03T19:53:00.001+00:002007-11-03T19:53:11.982+00:00Pather Panchali (1955) <div xmlns='http://www.w3.org/1999/xhtml'><p><object height='350' width='425'><param value='http://youtube.com/v/xGaIAWn2PJo' name='movie'/><embed height='350' width='425' type='application/x-shockwave-flash' src='http://youtube.com/v/xGaIAWn2PJo'/></object></p><p>A trilogia "O Mundo de Apu", de Satyajit Ray, é injustamente pouco conhecida no Ocidente. Foi um amigo, em tempos meu professor, o Zé Manuel Costa, quem me revelou o cinema indiano e o Ray em particular. A sequência do comboio de "Pather Panchali" é suficiente para nos revelar a poesia do cinema de Ray que ajudou a vencer o estereótipo do filme indiano, impossível de conceber antes sem dança e sem música mas que podia muito bem escamotear a realidade do país e dos seus homens e mulheres. </p></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-38358981080299661252007-11-03T19:43:00.001+00:002007-11-03T19:43:23.382+00:00L'amour<div xmlns='http://www.w3.org/1999/xhtml'><p><object height='350' width='425'><param value='http://youtube.com/v/7WwJclybPhM' name='movie'/><embed height='350' width='425' type='application/x-shockwave-flash' src='http://youtube.com/v/7WwJclybPhM'/></object></p><p>Mais uma canção de amor: Yves Montand - Les feuilles mortes</p></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-24025366682048552672007-11-03T19:29:00.001+00:002007-11-03T19:29:35.247+00:00Junto ao mar, em Novembro.<div xmlns='http://www.w3.org/1999/xhtml'><p><object height='350' width='425'><param value='http://youtube.com/v/fd_nopTFuZA' name='movie'/><embed height='350' width='425' type='application/x-shockwave-flash' src='http://youtube.com/v/fd_nopTFuZA'/></object></p><p>Com o calor que teima em ficar, apetece... "La mer". O vídeo é terrível mas a interpretação do Charles Trénet é maravilhosa.</p></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-17572806667931887592007-11-03T19:26:00.001+00:002007-11-03T19:26:45.072+00:00Paolo Conte - Vieni via con me<div xmlns='http://www.w3.org/1999/xhtml'><p><object height='350' width='425'><param value='http://youtube.com/v/XxOqE1bEA_Q' name='movie'/><embed height='350' width='425' type='application/x-shockwave-flash' src='http://youtube.com/v/XxOqE1bEA_Q'/></object></p><p>É assim a alegria de viver!!!</p></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-65959485705720328822007-11-03T19:13:00.001+00:002007-11-03T19:13:27.626+00:00Billie Holiday, My Man<div xmlns='http://www.w3.org/1999/xhtml'><p><object height='350' width='425'><param value='http://youtube.com/v/IQlehVpcAes' name='movie'/><embed height='350' width='425' type='application/x-shockwave-flash' src='http://youtube.com/v/IQlehVpcAes'/></object></p><p>É uma canção de amor sofrido. Desde a adolescência é uma das minhas favoritas por causa da entrega da Billie... Com a idade entendi melhor.</p></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-60503761412090190312007-10-30T00:14:00.001+00:002007-10-30T00:38:32.807+00:00Improvisos<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0Op-CfpvaN3w1mGj8YuPn_5E0Sy3YETG3bpmwWXp6xMnaoZ_29rdYk9jfKpxMYDWkuJEahS3Uruxxle7RCj_Go4ZB9NT8SeqDBDyfxlw9GuddnHG8Bgt2n2hO0qOeZJlnTpUg/s1600-h/IMG_3221.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0Op-CfpvaN3w1mGj8YuPn_5E0Sy3YETG3bpmwWXp6xMnaoZ_29rdYk9jfKpxMYDWkuJEahS3Uruxxle7RCj_Go4ZB9NT8SeqDBDyfxlw9GuddnHG8Bgt2n2hO0qOeZJlnTpUg/s400/IMG_3221.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5126919144323890178" /></a><br />"Bebeu o chá de cidreira lentamente, a contrariar a agitação que sentia. Não sabia bem onde estava. Acordara sem consciência de si. O gosto do chá era-lhe familiar. Por sua vez o quarto de paredes altas, quase despido de móveis, dominado pela beleza de um ícone em que figurava a Virgem com o menino, devolvia-lhe a reminiscência de uma tarde quente, de Verão, e de um diálogo íntimo, olhos nos olhos, com a imagem. <br />Nenhum som no interior da casa. Era sólida, rasgada a branco na paisagem, e tinha dois pisos. Alongava-se através de um casario, baixo. <br />O piso inferior era quase integralmente ocupado pela cozinha onde o ocre amarelo das paredes só era quebrado pelo branco, sujo pela fuligem, no interior da enorme chaminé e pelo arco desenhado a tijolo burro que dividia o espaço. Era aí que estava rebuscando lembranças.<br />Na mala encontrou uma carteira. Nela, o bilhete de identidade dizia-lhe que se chamava Raquel Amendoeira. Tinha 27 anos, era natural da Cruz Quebrada, solteira. A estranheza aprofundou-se. As memórias desconexas que tinha eram curtas para o que precisava de saber sobre si mas sobravam elementos que não eram explicados pela definição, tão objectiva de si, que lhe dava aquele cartão onde uma fotografia de mulher – a sua – sorria, pouco à vontade. Olhos e cabelos negros definiam a cara, dominada por um olhar firme, incisivo. A pele era morena e os lábios bem desenhados. <br />No hall de entrada da casa o bengaleiro tinha vários casacos de mulher e de homem, dependurados. Chapéus de palha, um boné de burel, alguns gorros de lã coroavam o topo do bengaleiro. Eram roupas e acessórios práticos, rurais, para abrigar do sol e da chuva. Revelavam uma existência pouco mundana.<br />Saiu para a pequena alameda, dominada pelos aloendreiros e pelo cheiro a figos, já em decomposição, das figueiras defronte do monte, que o Outono despia então de folhas. Na extremo do casario, estava um carro velho estacionado. Não fixava nunca marcas de carros mas soube que este era o seu. Conheceu-o instintivamente tal como à gata preta que veio imediatamente a correr para si e se roçou pelas suas pernas. <br />Pela primeira vez nesse dia a felicidade sobrepôs-se à estranheza que sentia. Aceitou a relação, íntima, que lhe foi revelada. A frescura da noite perdurava ainda mas os pássaros trinavam enquanto o calor do sol se ia intensificando nesse dia de um Outubro a terminar."Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-40591877551911616542007-10-16T22:20:00.000+01:002007-10-16T22:35:53.005+01:00"A Guerra" de Joaquim Furtado<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2yCuED3fcoTSIA7E7kGmqpDPkmztTohDTeYv_aNos-5ErQTNBfNEohWahcPIbZhhrbYiliNg6esuC9JRb7wI4ttGP6NEKOxUNr5Icpe76lsXSiavOBBoaFZgyYYugWl0Si_q4/s1600-h/20132_guerra_colonial.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2yCuED3fcoTSIA7E7kGmqpDPkmztTohDTeYv_aNos-5ErQTNBfNEohWahcPIbZhhrbYiliNg6esuC9JRb7wI4ttGP6NEKOxUNr5Icpe76lsXSiavOBBoaFZgyYYugWl0Si_q4/s400/20132_guerra_colonial.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5122049308197593586" /></a>A RTP exibiu hoje o primeiro episódio da série "A Guerra", da autoria de Joaquim Furtado. Imagens documentais alternando com testemunhos contemporâneos dos protagonistas que viveram uma guerra onde participaram um milhão e quatrocentos mil homens só do lado português compõem um autêntico exemplo de jornalismo de investigação quando o género está praticamente extinto no nosso país. Para uma jornalista descrente no actual "estado da arte" e como estudiosa do colonialismo e sua representação nas images documentais é um privilégio assistir. Obrigada, Joaquim Furtado.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-45238195382370613182007-10-15T00:40:00.001+01:002007-10-15T00:40:09.765+01:00Andrey Rublev <div xmlns='http://www.w3.org/1999/xhtml'><p><object height='350' width='425'><param value='http://youtube.com/v/QATTpTQ9DKM' name='movie'/><embed height='350' width='425' type='application/x-shockwave-flash' src='http://youtube.com/v/QATTpTQ9DKM'/></object></p><p>É uma das sequências da obra de Tarkovski sobre o extraordinário pintor de ícones. Ao seu modo, através de cinema, Tarkovski conseguiu a mesma delicadeza e profundidade na representação do homem.</p></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31290275.post-72300825951538409222007-10-14T23:46:00.000+01:002007-10-14T23:47:46.900+01:00Guilhermina Suggia<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisJZNoHxHdgw8ifIzI08neAD2HHNH_Ui3zrYcYAFUp04G1a83fjMlAo7n4t6Rc4Y2gHUOucbzhPogzCFcwb7hLe16BWBENdWqp_ntRNVTHD8THqIVkQqKaCDN134SePy0btCTK/s1600-h/sugphoto.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisJZNoHxHdgw8ifIzI08neAD2HHNH_Ui3zrYcYAFUp04G1a83fjMlAo7n4t6Rc4Y2gHUOucbzhPogzCFcwb7hLe16BWBENdWqp_ntRNVTHD8THqIVkQqKaCDN134SePy0btCTK/s400/sugphoto.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5121327835296244162" /></a>Unknownnoreply@blogger.com0