Israel invadiu o Líbano. Os «escolhidos» usam a perseguição de que foram alvo como argumento para impõr a sua Lei. Vi anteontem «Kagemusha», um filme de Kurosawa sobre o fim do clã Takeda, no Japão do fim do século XVI. Shingen, um senhor da guerra, inamovível como uma montanha até à data do seu ferimento e subsequente morte, deixa um kagemusha - um guerreiro sombra - em seu lugar para que, durante três anos, o seu clã possa fazer o luto e fortalecer-se. Quando o filho de Shingen, um grande guerreiro que se sentiu sempre mal amado e marginalizado pelo pai, toma as rédeas do poder, ignora os ensinamentos deste. Move-se e vai fazer guerra aos clãs inimigos, no territórios destes, conduzindo cegamente os seus homens para a morte mais horrível. Kurosawa, que planificava cuidadosamente os filmes, pintou aguarelas magníficas para «Kagemusha» que transformou em imagens em movimento. A sequência em que filma os campos pejados de homens e cavalos em agonia, manchados pelo sangue, é umas mais fortes representações do horror da guerra que alguma vez vi.
Penso na beleza e na vida ameaçadas no Líbano pelo autoritarismo israelita. Shalom Palestina.
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