terça-feira, novembro 14, 2006

cinema mundo

Vi ontem Welt Spiegel Kino. Há seis anos atrás, passei meses e meses no ANIM e conheci bem o ritmo dos abrandamentos, das paragens e logo depois do movimento gerado pela moviola. Nesse período assentei o olhar sobre o «Jornal Português», a série de actualidades cinematográficas produzida pelo SPN/SNI para fazer a propaganda do Estado Novo. Nestes filmes - ao contrário do que sucede no de Gustav Deutsch - os protagonistas são políticos, militares, religiosos e raramente as pessoas comuns merecem um olhar próximo. O que me inspirou nestes episódios de «Welt Spiegel Kino» foi a fluidez da sucessão/relação entre as figuras que desfilam no ecrã. A forma como o cineasta as aproxima sem as apagar e como potencia a relação dos homens com o cinema mundo / mundo do cinema. Lembrou-me «A Invenção de Morel» na capacidade de fazer os homens viver além da fixação das imagens em filme num cinema mundo.

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